- É verdade... Casei, mas não foi com a velha, foi com uma das duas filhas, a Teresa...
- Não entendo - disse Joaquim inquieto...
- Eu passo a explicar... Como deve imaginar, é um pouco complicado casar com uma senhora de tão elevada idade sem que levante suspeitas. Mas voltando atrás... Não foram tanto os meus colegas que me chatearam e convenceram a casar. O que se passou é que ao examinar a certidão do testamento verifiquei que a velhota, a senhora Clotilde, era mãe de uma grande amiga de infância, que por sinal também era solteira.
- Estou a ver, meu manganão - disse Joaquim divertido.
- Pois é... Sabendo que a mãe da minha colega tinha tanto dinheiro, não tinha nada a perder em tentar a minha sorte.
- Não está mal pensado - responde Joaquim, ao que o Fernando se antecipou.
- Mas não pense que a minha história acaba aqui. O meu plano apresenta contornos muito mais escuros do que possa imaginar.
- Bem... Então conte lá - Diz Joaquim muito curioso.
- Eu ainda não lhe disse, mas a Teresa, a filha solteira da Dona Clotilde, era uma rapariga de 32 anos que nunca tinha tido um namorado. É talvez a rapariga mais feia que conheço, baixa, gorda, cheia de acne, dentes tortos e uma verruga mesmo no meio do nariz. Um verdadeiro bicho.
- Não diga isso, meu amigo - disse Joaquim para o animar...
- Você diz isso, porque não a conhece, mas um dia que a apresente verá que tenho razão e de que quando Deus estava a distribuir as qualidades dos humanos deveria estar muito mal disposto quando chegou a vez da bruxa da Teresa. Mais... Além de feia, quer dizer, monstruosa, tinha a ideia completamente fixa em produtos de beleza, medicamentos para emagrecimento, cremes para a pele, champôs especiais para o cabelo, enfim, uma verdadeira farmácia ambulante. Julgo que no dia em que morrer terá de ser incinerada como um qualquer produto tóxico.
sexta-feira, 6 de abril de 2007
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Um comentário:
Pobre Fernando é o que dá casar a pensar no dinheiro lol
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