- Tudo começou num belo dia de Setembro em que, no notário onde trabalho, o Jorge, um colega meu, a pessoa mais cuscuvilheira e intrometida que eu conheço, me mostrou a cópia de um testamento que tinha entrado recentemente nos serviços daquele notário.
- Um testamento? - Perguntei - Isto está a aquecer.
- Sim, um testamento. Tratava-se de uma herança de quantias muito elevadas que uma senhora viúva iria deixar às suas duas filhas. O mais interessante do testamento, e foi essa a causa do interesse do Jorge, era, além do elevado montante que estava envolvido, o facto de dizer respeito a uma velhota de 93 anos.
- Mas isso parece-me uma coisa perfeitamente normal. Uma senhora de idade fazer um testamento, responde Joaquim...
- Pois, mas foi o assunto do dia lá no notário. Quase todo o pessoal brincava dizendo que casaria com a velha se fossem solteiros. O problema é que eu era o único solteiro naquele grupo e não pararam de me chatear a dizer que deveria casar com a velha.
- Eu compreendo - disse Joaquim - por vezes os nossos colegas não têm o sentido do razoável e chateiam-nos por tudo e por nada.
- O problema é que tanto me chatearam que a história começou a entrar no meu pensamento.
Todo excitado, Joaquim pergunta,
- Não me diga que acabou por casar com a senhora. Agora eu me lembro que quando falámos há pouco se referiu a qualquer coisa relacionada com casamento...
quinta-feira, 5 de abril de 2007
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