Mesmo depois de pedir desculpa àquela chata, tive mesmo de ir à polícia. Ao entrar na esquadra, diz o guarda de serviço,
- Então, minha senhora, como vai? Como está desde ontem? De quem vem fazer queixa hoje?
Respondendo logo de seguida - Olhe senhor guarda Cardoso, foi este senhor que me ofendeu no autocarro. Começou a agarrar-se a mim...
- Ai se fosse comigo! - Diz a guarda que estava junto ao balcão da esquadra, continuando - Minha senhora, eles sabem com quem se metem. Se fosse comigo levava uma joelhada num sitio que eu cá sei que até via estrelas - Continua a guarda Joaninha, vociferando - Mas continue, minha senhora, que o guarda Cardoso está a ficar nervoso.
- Como estava a dizer, ele agarrou-me, ofendeu-me e se não fossem as pessoas que estavam no autocarro, não sei o que aconteceria - diz a víbora aos agentes da autoridade.
Eu nem me importava com o que a megera dizia. Só pensava na dona daquele lenço e na forma de descobrir onde a encontrar. Quando já estava quase na lua, pergunta o guarda Cardoso,
- Então, o que tem a dizer em sua defesa antes de ir para a cadeia ver o sol nascer aos quadradinhos? Você é um ordinário - e continua - Sabe minha senhora, esta mocidade de agora é uma vergonha. Mas sempre que aqui vêm parar faço questão de fazer algo por eles, ou seja, uma semana na prisão não faz mal a ninguém, antes pelo contrário. Então, o que diz em sua defesa?
Fiquei tão atrapalhado que nem uma palavra me saiu. Indignada por eu não dizer nada, a agente Joaninha interviu de novo,
- Pois é... Nem sequer se defende. Ai se fosse comigo... Se me tentassem violentar, acho que uma parte de si não ficava com muita saúde... Era cá uma joelhada que levava que não sei o que lhe aconteceria...
sexta-feira, 23 de março de 2007
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